Vozes da multidão
“o povo vem pra cima e agente acha que vai estourar a barricada, dá uma medo e vontade de correr”. Rodrigo Guimarães - segurança de palco.
A multidão era composta por pessoas de todos os jeitos. Alguns se encostavam num cantinho tímidos para aguardarem o inicio da festa. Outros mais extrovertidos queriam ficar bem próximos ao palco. Traziam caixas de cerveja para não perder tempo, nem o lugar. Que neste caso custava caro - Os vendedores ambulantes cobravam o dobro do preço nas bebidas servidas no meio do povo.
Na escada que dá acesso ao palco, vez ou outra aparece alguém querendo subir, insistindo. Lá embaixo, o público ansioso. Assiste concentrado. Alguns gritam, levantam as mãos. Dançam e alguns ficam inertes como se não quisessem perder um segundo do momento raro.
Segundos os organizadores do Festival Náutico haviam na sexta-feira (5), mais ou menos quinze mil pessoas. Entre elas estava a aposentada Francisca Ferreira Gouveia, 75. Não habituada a este tipo de evento reclama da aglomeração de pessoas em sua volta e do empurra, empurra durante o tempo de espera. “Esse show teria que ser realizado às três horas da tarde porque à noite não enxergo nada.”, reclamou preocupada em não conseguir ver Gino e Geno.
A dupla sertaneja pisa no palco e começa a onda humana. É neste momento que começa a apreensão do segurança de palco Rodrigo Guimarães, 25. Relata que ao ver a multidão forçar a barreira “o povo vem pra cima e a gente acha que vai estourar a barricada, dá uma medo e vontade de correr”.
As muitas vozes da multidão se convertem num só coro e cada um do seu jeito faz a festa no Festival que de Náutico só tem o nome.
repórteres: Adelim Batista e Gutemberg Bezerra
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