Casal negociou compra de bebê por um mês em São Paulo
O casal preso pela Polícia Civil de Taubaté por tentar comprar um bebê, nascido na última segunda-feira, teria passado um mês pagando contas da mãe da criança e a auxiliando com mantimentos a manter seus outros cinco filhos. A medida, segundo os policiais, seria parte da negociação para Edna Ferreira da Silva, 40 anos, e Antonio Antunes de Andrade Filho, 45 anos, ficarem com a filha de Adriana Aparecida Alves, 29 anos.
Edna e Andrade Filho foram presos na última quarta-feira na frente do HU (Hospital Universitário) da cidade, quando Adriana ia entregar o bebê. Edna foi encaminhada à Cadeia Pública de Pindamonhangaba e Andrade Filho, ao Centro de Detenção Provisória da cidade. Advogados contratados pela família tentam na Justiça conseguir a liberdade provisória do casal.
Segundo o delegado titular do 1º DP de Taubaté, Juarez Toti, o casal conheceu Adriana durante o oitavo mês de gravidez. "Indiretamente houve a venda da criança, porque eles pagavam as contas dela (Adriana)."
Para o caso não gerar suspeita, Adriana se internou no HU usando como documento o título de eleitor e o CPF de Edna. Os dois documentos não têm fotos. A idéia era repassar a criança para o casal logo após a saída do hospital, registrando a menina como filha de Edna.
Andrade Filho foi quem assinou o prontuário de entrada de Adriana no hospital, às 11h11 de 3 de março. Por ter assinado o documento, ele foi preso por falsidade ideológica.
Edna foi presa por parto suposto - supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido. "Este crime é previsto no artigo 242, com pena que pode variar de dois a seis anos de prisão. Só o juiz pode dar a fiança", disse Toti.
Segundo o delegado, pelo fato de Adriana ter assumido a identidade de Edna, foi elaborado um Termo Circunstanciado por falsa identidade. Ela deverá responder por este crime em liberdade. Adriana, que não disse à polícia quem é o pai do bebê, mora sozinha em uma casa no Parque Três Marias com cinco filhos de 12, 10, 8, 5 e 3 anos.
A recém-nascida foi encaminhada à Casa Transitória de Taubaté, sob responsabilidade do Conselho Tutelar.
"Vou ouvir o pessoal do hospital. O que me estranhou é a forma como o hospital trata as coisas. Eles têm que rever os procedimentos. Dar entrada com o título de eleitor e o CPF, sem foto de identificação, pode dar margem para outros crimes."
Fonte: Terra
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