13 outubro 2008

Receitas médicas. Quem consegue ler?

No DF, receitas médicas terão que ser feitas no computador

g1.globo.com/Noticias/Brasil


No DF, receitas médicas terão que ser feitas no computador Hospitais têm até 90 dias para implementar o sistema. Secretaria de Saúde diz que não consiguirá cumprir o prazo.



O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, sancionou na sexta-feira (10) uma lei que obriga que todas as receitas feitas por médicos e dentistas nos hospitais públicos e particulares do DF sejam informatizadas. O prazo para a implementação do sistema é de 90 dias.
Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, já existe um projeto de informatização da rede pública, bem mais amplo, que prevê o arquivamento de toda a história do paciente.
Mas o órgão acredita que três meses seja um prazo curto para a instalação do sistema eletrônico. "Certamente vamos ultrapassar os 90 dias porque vamos ter de implantar a informatização como um todo, o que cobre prontuário eletrônico", afirma o assessor da secretaria, Lúcio Pereira.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos do DF, Cezar Galvão, a iniciativa deve beneficiar os pacientes, mas é preciso dar tempo para os profissionais da rede pública se adequarem. "Tem que ter um prazo cabível para capacitar os profissionais, nem todos sabem utilizar a internet e possivelmente há que se fazer capacitação com o tempo adequado. Vamos ter um prontuário único, o administrador vai poder monitorar gastos e o médico vai ter condição de prestar melhor atendimento à população", diz.

Pacientes
A medida visa acabar com as dificuldades para compreender a letra de médicos. "Não entender nem a hora da medicação, nem nada, é difícil", conta a dona de casa Clarisvelce Teixeira. O autônomo Nivaldo Costa também reclama. "[O médico] só faz uns garranchos lá e só quem entende é o farmacêutico." "Acontece de a gente levar o e o farmacêutico dar um similar, a gente nem sabe o que tá dando em casa", diz a tatuadora Diuvanira Mendes.

Segundo a farmacêutica Alessandra Nunes, às vezes é preciso ligar para o médico quando há dúvidas sobre o que está escrito. "Isso ocorre muito no nosso dia-a-dia, algumas letras de alguns médicos podemos confundir de dois a três tipos de medicamentos, levando mais riscos à vida do paciente", diz.

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